A roupa que uma pessoa usa em uma peça publicitária é fundamental para que ela passe sua mensagem com sucesso. Por isso, a publicidade conta com um profissional dedicado a essa área: o figurinista.
A função do figurinista de publicidade é traduzir visualmente um contexto: a origem social, a idade e até a situação para a qual a pessoa está vestida. É ele quem ajuda o anúncio a se tornar mais real. Fácil? Não é bem assim. O figurino de uma peça ou campanha é uma forma de a empresa comunicar a seu público a seguinte mensagem: "veja como eu tenho muita coisa em comum com você". Mais do que isso: "veja como eu sou a cara de tudo aquilo que você quer ser".
O trabalho do figurinista não se limita à escolha de determinada roupa: para realizar sua função da melhor maneira possível, ele precisa estar antenado com os objetivos de marketing da empresa, estudar profundamente o público-alvo, analisar o posicionamento da marca e as estratégias criativas que direcionaram a peça ou a campanha em questão.
De acordo com as figurinistas Ellen Igersheimer e Adriana Regen, o figurinista de publicidade costuma trabalhar com estereótipos, para que a mensagem seja compreendida imediatamente pelo maior número possível de pessoas. Elas alertam também sobre o bom senso que deve ser utilizado em relação às novas tendências: as pessoas não se vestem como em editoriais de moda.
Se existe uma máxima que resume o papel da moda na propaganda, ela pode ser definida da seguinte forma: em publicidade, a moda não dita o figurino - ela é um instrumento de adequação à realidade do momento.
Campanha Absolut Vodkaa propaganda que virou moda
A campanha da Absolut é uma das mais conhecidas da propaganda. Em suas peças, a imagem da garrafa de vodka está sempre associada a um objeto, situação ou artista.
Em 1987, a Absolut inovou ainda mais: em sua campanha ela passou a associar sua marca ao mundo da alta costura. A idéia inicial partiu de Ami Harris, uma representante de publicidade da revista Mademoiselle. Embora a idéia, em princípio, parecesse loucura, o argumento dela era indiscutível: “a moda é uma área da cultura na qual as pessoas se espelham para definir a si próprias e precisam de formadores de opinião que as orientem”.
O primeiro anúncio desse tipo chegou ao mercado em fevereiro de 1988 e teve grande repercussão. No ano seguinte, a Absolut, já conhecendo o quanto a moda pode ser lucrativa, passou a produzir uma série anual de portfólios fashion que enfocavam o trabalho de cerca de 16 estilistas.
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